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Portugal precisa de cortar 8 mil milhões de euros na despesa pública

Antigo ministro das Finanças(Catroga) defende que o prolongamento do prazo para Portugal baixar o défice para 3% do PIB deveria ser por dois anos e que o corte na despesa deve ser o dobro do que está previsto.


Eduardo Catroga disse hoje em entrevista à Antena1 que a despesa pública em Portugal tem que ser reduzida em 8 mil milhões de euros, para que sejam criadas condições para o relançamento da economia.



“É preciso que os portugueses tenham consciência que o excesso de despesa pública para garantir a sustentabilidade da despesa pública a prazo, e para criarmos condições para o relançamento da actividade económica, não são 4 mil milhões de euros”, disse Catroga. Para o Catroga, face ao nível de riqueza do país, “temos excesso de despesa de 8 mil milhões de euros. Não aguentamos uma despesa pública total superior à riqueza anual em 40% [do PIB] e estamos com 46 a 47%”, assinalou.

Na sexta avaliação da troika ao programa de ajustamento de Portugal, o Governo comprometeu-se a apresentar nesta sétima avaliação as medidas com as quais pretende cortar 4 mil milhões de euros na despesa de forma permanente.



Catroga considera que “não basta hoje renegociar com a troika um novo ritmo de execução orçamental”, defendendo que seria necessário não um mas antes mais dois anos para Portugal baixar o défice para 3% do PIB. “Partir de 11% [de défice orçamental] para chegar a 2% precisamos no mínimo de seis anos”, afirmou Catroga, na entrevista à Antena1.



Quanto à sétima avaliação, o ex-ministro afirmou ainda que o Governo tem que confrontar a troika com “as insuficiências do seu programa”, defendendo que qualquer reajustamento no programa de ajustamento tem que ser feito em três dimensões: ritmo de consolidação orçamental; financiamento à economia e reforma fiscal. Quanto a este último ponto, que pode passar por mexidas no IRC e na TSU, Catroga assinala que tem que “responder à grande questão, que é saber como retomamos níveis de investimento privado adequados, que são fundamentais para contrariar a tendência altamente negativa para a destruição do emprego”.

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